sexta-feira, 5 de junho de 2009

Primeira carta: Por que você é assim?

Montes Claros, 22 de abril de 2009

Eu não queria te escrever, sabe? Estou fazendo isso contra minha vontade, como muita coisa que tenho feito ultimamente. Sempre fui muito instintivo, acho que isso te afastou um pouco de mim, mas nem me importo mais.

Eu estou escrevendo pra te dizer que o que aconteceu entre a gente me marcou profundamente, acho até que te amei. Sou um pouco, aliás, estou um pouco, ou muito, cético em relação ao amor, a amar. A começar por você que me desiludiu. Olha, não estou cobrando nada, mas podia ter sido diferente se a gente quisesse. Eu sei que você nem pensa em mim, mas eu continuo pensando em você, porém me convencendo a cada dia que o culpado de tudo sou eu. Por acreditar em você, por acreditar nas pessoas, eu me enganei, o mundo é uma falsidade, as pessoas mentem o tempo todo. Agora me toquei, e estou vivendo com mais cuidado e menos intensidade.

Eu sei que a culpa não é sua, é exclusivamente minha. Não podia ter me entregado a você completamente, não podia ter gostado, apaixonado. Mas como a gente não manda no coração, como escrever esta carta, por exemplo, que é pra ver se desabafo. Eu não tenho ninguém, nunca tive, e acho que nunca terei. Você escorregou das minhas mãos, e o pior, é que eu não sei por quê. Não sei o que te fiz. Se fiz.

Você é mais um dessa massa cinzenta podre e burra, que não sabe amar. Ou sou eu, quem não sabe amar. E esteja completamente enganado, não sei.

Sei que as linhas desta carta estão confusas, a mim também. Não entendo muito. Nunca quis entender. Queria era amar, poder cuidar de você, e não deixastes. Fugistes de mim. Por quê? Não quero saber. Esquece.

A vida é um circulo de fogo, que gira o tempo todo sem parar, acho que me queimei no ponto em que te conheci.

Nem sei se devo te mandar beijos ou abraços..., ou não te mandar nada!

Ass: eu...

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