segunda-feira, 22 de junho de 2009

Terceira carta: A gorda

Japonvar/MG, 01 de junho de 2009

Oi meu amor, que falta eu estou sentindo de você.
Hoje no ponto de ônibus, fiquei pensando em você. Querendo te ver. Engraçado é que tinha uma gorda, daquelas gordas. Não! Essa era diferente. Não tinha bochechas rosas, nem era simpática. Parecia estar com raiva. Ela vestia uma blusa verde, com um shortinho jeans e calçava um par de sandálias que brilhavam mais que o sol.
Aliás, o sol estava escondido, agora parou de chover, mas tava chovendo bem gostoso, e eu imaginando nós dois deitados até mais tarde na cama. O mundo parado, você e eu.
Mas a gorda estava (me parecia) com muita raiva. Ou até igual a mim, entediada. Assim eu estava. Tava tudo um saco. Eu queria estar contigo. Quanta vez já disse isso? Não sei, não vou contar. Mas é a verdade agora. Queria estar contigo. O sol está saindo. Eu preferia o tempo fechado, a chuvinha. Parece-me mais romântico.
A gorda que estava sentada levantou. Parece que ela cansa fácil, assim como eu. Canso-me fácil de uma porção de coisas. Odeio rotina. Detesto tudo que se faz sempre igual.
A gorda segurava uma sacolinha azul, eu também estava com uma bolsa. Coincidência? Sei lá. A vida não é para ser entendida, é para ser vivida, algum maluco beleza já disse isso e eu concordo.
Será que eu vou ficar gordo e com cara de raiva? Será que você ainda vai gostar de mim? Apesar de tudo eu gostei da gorda.
Beijos.
Eu

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