sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Poemas urgentes: Conformadamente


(Foto: Rodriggo Silva)

Conformadamente
Sua mente conformada
Não quer ver a realidade
Nem escutar as verdades

Pulando de galho em galho
Será se malho, ou malho
Fazendo ginástica e dieta
Consertando a cara que não presta.

Um macaco na frente da maquina
Recebendo sua propina
Comendo pipoca preta
Com gosto de gasolina.

Conformadamente
Ele cala sua boca
Deita-se no sofá, para ver
Os outros mandarem, e obedecer.

Poemas urgentes: Carlos


(Foto: Rodriggo Silva)

Carlos
Carlos
Carlos
Calos
Calos
Calos
Calo

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Poemas urgentes: Eu aceito e gosto

Estacione sua idéia em mim
Coloque todo seu fogo
No meu peito
E eu não reclamo
Nem sinto mais
Aquilo bom que senti
Parece em vão
Mas eu não resisto
Eu não luto contra
Eu aceito e gosto
Se você me prova
Que o contrário de você
É apenas você mesmo
Eu aceito e gosto
Eu não procuro entender
Eu aceito e gosto

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Terceira carta: A gorda

Japonvar/MG, 01 de junho de 2009

Oi meu amor, que falta eu estou sentindo de você.
Hoje no ponto de ônibus, fiquei pensando em você. Querendo te ver. Engraçado é que tinha uma gorda, daquelas gordas. Não! Essa era diferente. Não tinha bochechas rosas, nem era simpática. Parecia estar com raiva. Ela vestia uma blusa verde, com um shortinho jeans e calçava um par de sandálias que brilhavam mais que o sol.
Aliás, o sol estava escondido, agora parou de chover, mas tava chovendo bem gostoso, e eu imaginando nós dois deitados até mais tarde na cama. O mundo parado, você e eu.
Mas a gorda estava (me parecia) com muita raiva. Ou até igual a mim, entediada. Assim eu estava. Tava tudo um saco. Eu queria estar contigo. Quanta vez já disse isso? Não sei, não vou contar. Mas é a verdade agora. Queria estar contigo. O sol está saindo. Eu preferia o tempo fechado, a chuvinha. Parece-me mais romântico.
A gorda que estava sentada levantou. Parece que ela cansa fácil, assim como eu. Canso-me fácil de uma porção de coisas. Odeio rotina. Detesto tudo que se faz sempre igual.
A gorda segurava uma sacolinha azul, eu também estava com uma bolsa. Coincidência? Sei lá. A vida não é para ser entendida, é para ser vivida, algum maluco beleza já disse isso e eu concordo.
Será que eu vou ficar gordo e com cara de raiva? Será que você ainda vai gostar de mim? Apesar de tudo eu gostei da gorda.
Beijos.
Eu

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Segunda carta: você e eu, milhares de coisas

Montes Claros/Japonvar, 30 e 31 de maio de 2009


Eu acho que estou gostando de você. Parece que encontrei um novo amor. Acho. Não tenho certeza. É que me deu uma coisa boa e ruim ao mesmo tempo. Não vou saber te explicar. Só sei que isso está acontecendo comigo. Você agora está no meu pensamento. Hoje eu tenho que viajar, mas não me deu vontade nenhuma, eu queria era ficar em casa, ir pra sua. Ficar com você. Foi tão bom na quinta feira. Você era o que eu estava precisando, um amor pra chamar de meu, dormir juntinho, deixar o mundo acabar e ver o sol nascer.

Vivo num clipe, sem nexo, meio retrocesso, bossa nova e rock and roll.

Que noite, hein? Nós conversamos um monte de coisas. Falamos sobre eu ter que viajar, sobre minha vontade de sair de casa, aí você me convidou pra ir pra sua, eu disse não, mas é porque eu não tou maduro pra essas coisas.eu quero muito, mas não tou preparado.

Eu nem sei direito o que tou escrevendo, espero que você entenda. Essa minha mania de querer escrever tudo que me acontece, um dia eu ainda piro. Não sei se vou te entregar esta carta, vai depender do teu comportamento. Às vezes gosto de ficar com o que escrevo só pra mim.

Tentei te telefonar, mas tou no fim do mundo, nenhum telefone, ao meu alcance, pega neste lugar. Tentei mas não consegui. Queria te ligar pra te dizer uma porção de coisas, que amanhã eu vou pra tua casa. Que eu tou sentindo saudade. Deixa eu te dizer, agora ta tocando um mp3 no computador, já tocou várias músicas tipo Gal cantando “você não gosta de mim” do Caetano, O Rappa cantando “faz um filho comigo”, e também uma porção de músicas internacionais que eu não entendo, nem quero.

Mas voltando, eu queria te dizer que queria estar com você, em você, agora. Me deu tanta saudade e tanta vontade de estar contigo.

Você me falou que não gosta do seu pé. Eu tou gostando de você por inteiro. Que paradoxo, no ínicio eu disse que achava, e agora já tou afirmando. Leva a mal não. É que sou meio assim. Escrevo sem ter muita lógica. Quer dizer na minha lógica. Será qual a nossa?

Ó, depois te escrevo umas coisas bonitas de verdade, uns poemas. Vou me inspirar e depois te escrevo mais.

Beijos.

Ass: eu

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Primeira carta: Por que você é assim?

Montes Claros, 22 de abril de 2009

Eu não queria te escrever, sabe? Estou fazendo isso contra minha vontade, como muita coisa que tenho feito ultimamente. Sempre fui muito instintivo, acho que isso te afastou um pouco de mim, mas nem me importo mais.

Eu estou escrevendo pra te dizer que o que aconteceu entre a gente me marcou profundamente, acho até que te amei. Sou um pouco, aliás, estou um pouco, ou muito, cético em relação ao amor, a amar. A começar por você que me desiludiu. Olha, não estou cobrando nada, mas podia ter sido diferente se a gente quisesse. Eu sei que você nem pensa em mim, mas eu continuo pensando em você, porém me convencendo a cada dia que o culpado de tudo sou eu. Por acreditar em você, por acreditar nas pessoas, eu me enganei, o mundo é uma falsidade, as pessoas mentem o tempo todo. Agora me toquei, e estou vivendo com mais cuidado e menos intensidade.

Eu sei que a culpa não é sua, é exclusivamente minha. Não podia ter me entregado a você completamente, não podia ter gostado, apaixonado. Mas como a gente não manda no coração, como escrever esta carta, por exemplo, que é pra ver se desabafo. Eu não tenho ninguém, nunca tive, e acho que nunca terei. Você escorregou das minhas mãos, e o pior, é que eu não sei por quê. Não sei o que te fiz. Se fiz.

Você é mais um dessa massa cinzenta podre e burra, que não sabe amar. Ou sou eu, quem não sabe amar. E esteja completamente enganado, não sei.

Sei que as linhas desta carta estão confusas, a mim também. Não entendo muito. Nunca quis entender. Queria era amar, poder cuidar de você, e não deixastes. Fugistes de mim. Por quê? Não quero saber. Esquece.

A vida é um circulo de fogo, que gira o tempo todo sem parar, acho que me queimei no ponto em que te conheci.

Nem sei se devo te mandar beijos ou abraços..., ou não te mandar nada!

Ass: eu...